1 de março de 2010

F.Magalhães 0-2 Fontelas
1ª Divisão AFVR - 20ª Jornada

Conquista suada…

Jogo importante na luta dos lugares cimeiros da tabela classificativa, ainda que o Fernão Magalhães não esteja nessa luta, poderia ter um papel especial ao receber uma das equipas que está na luta por esses lugares, que dão subida. Assumir ou não um papel de conquistadores era uma questão que se colocava em cima da mesa dos fontelenses, depois da enorme exibição anterior frente ao Vilarinho, cilindrados por uma goleada que deixou em respeito os demais adversários.

É certo que os donos da casa, emprestada diga-se, apresentam um currículo de temporada onde reina o empate, metade dos jogos disputados, e tinham demonstrado isso mesmo na 1ª volta obtendo, meritoriamente, um resultado muito equilibrado nos números finais, preparando esta recepção de forma cuidada e estudada. Assim, assistimos a uma primeira metade demasiado desinteressante, com pouco ritmo e, acima de tudo, sem grandes ocasiões para comentarmos.

Os homens da casa pareciam ter a lição bem estudada, não permitindo que as unidades da intermediária contrária procurassem “pegar” no jogo. Por outro lado, tinham sempre os olhos bem abertos, com lançamentos rápidos para as costas dos defensores, onde surgiam Luis Santos e Filipe a criar, possíveis, problemas. Actualizando a lista de ocasiões, só de bola parada é que a bola rondou de forma mais clara as balizas, acabando Mário Rui por ver uma maior quantidade de livres em zona frontal.

Ao intervalo percebia-se bem o porquê de tantas igualdades dos donos da casa. Os visitantes, avessos que são a empates, entraram mais consistentes e empenhados para a segunda metade e ofereceram mais o “corpo às balas”, tentando fugir, conscientemente, à teia defensiva apresentada pelos homens da casa. O jogo precisava de um “safanão” valente e nada melhor que um golo para acabar com a monotonia.

Foi de bola parada que ele surgiu, após livre marcado à entrada da área, com sucessão de remates sempre transviados, até ao desvio final, oportuno, de Hugo Bareta, para golo. Os homens da casa acusaram o golo e, apesar dos muitos apelos de calma e cabeça vindos de fora do terreno de jogo, não conseguiram importunar, de forma clara, a baliza contrária, isto apesar da ajuda de Ricardo Almeida, expulso por acumulação de amarelos no minuto seguinte, que deixava fontelenses com menos uma unidade, apesar da vantagem no marcador.

Desvantagem numérica obrigava a mexidas no escalonamento táctico dos visitantes, mexidas essas que traziam maior velocidade de reacção à intermediária. O sentido mental do jogo dos donos da casa estava virado, constantemente, para as acções da arbitragem e isso provocava um constante, e gritante, desencaixe táctico do jogo. Pior ficou a situação com a expulsão de Soares, deixando no ar a ideia da existência de mais espaços para atacar. Mais espaço, mais ocasiões e, em igualdade numérica, os fontelenses eram mais afoitos. Daniel e Leandro foram apostas, revelando-se serem boas, pelo bom ritmo que trouxeram ao jogo. Oportunidades e fluidez davam a entender que o jogo estaria bem controlado, sem que os contrários pudessem ameaçar a baliza de Mário Rui.

Já na compensação, em lance puro de contra-ataque, Leandro não vai conseguir ultrapassar o guardião Rui Pedro, sobrando a bola para a velocidade de Daniel que, aproveitando a baliza deserta, rematou para o segundo golo do jogo, matando aí as, poucas, esperanças contrárias de obter um resultado positivo. Vitória suada dos fontelenses, merecida pela atitude aplicada na segunda metade, assegurando que continuam na luta pelos lugares cimeiros e que podem contar com eles nessa guerra, bem viva. Os comandados de Luis Medeiros demonstram ter bons compromissos tácticos, bem escalonados no terreno de jogo mas, por vezes, ficam sem soluções ao sofrerem golos e daí o baixo número de vitórias conquistadas esta temporada.

Comentar a arbitragem desta partida será sempre tarefa muito complicada. Vamos por partes: na primeira metade diríamos que foi excepcional; na segunda metade, cometeu pequenos erros de julgamento, na nossa opinião, sem influência no resultado, mas que levaram os donos da casa a uma “pilha de nervos” constante do qual se traduziria a enorme contestação final. No geral, e mais uma vez dizemos, é a nossa opinião, a actuação de André Santos e seus pares cifrou-se numa nota bem positiva.

Por: NCorreia

Ficha do Jogo

Jogo no Estádio Municipal Eng. Delfim Magalhães, em Alijó

Árbitro: André Santos, de Vila Real
Auxiliares: Cláudio Ferreira e Gilberto Patuleia

FERNÃO MAGALHÃES – Rui Pedro; Bessa, Marcelo (Artur, 81’), Abreu e Luis Medeiros; Soares, Carlitos, Márcio e Mika; Luis Santos (Ruizinho, 74’) e Filipe
Treinador: Luis Medeiros
Suplentes não utilizados: Manel, Zé Adelino, Tiago e Amaral

FONTELAS – Mário Rui; Toni Trindade, Tiago, Norberto e Ika Ferraz; Toni Monteiro, Ricardo Almeida e Bruno Soalheiro; Hugo Bareta (Leandro, 66’), Kiko (Hugo Ermida, 84’) e João Almeida (Daniel, 57’)
Treinador: Ricardo Teixeira
Suplentes não utilizados: Rui, Pedro, Tó Félix e Gil

Ao intervalo: 0 – 0

Cartões Amarelos: Soares (51’ e 63’), Abreu (53’ e 90+3’), Carlitos (65’), Tiago (73’) e Márcio (90+3’) para o Fernão Magalhães; Ricardo Almeida (20’ e 55’), Hugo Bareta (21’) e Daniel (61’) para o Fontelas

Cartões Vermelhos: Soares (63’, acum.) e Abreu (90+3’, acum.) para o Fernão Magalhães; Ricardo Almeida (55’, acum.) para o Fontelas

Golos: Hugo Bareta (53’) e Daniel (90+1’)

3 comentários:

Anónimo disse...

A análise do jogo quanto a mim está correcta, feita por alguém ligado ao clube fontelense, é certo, no entanto, sublinho a análise imparcial e correcta daquilo que aconteceu no jogo. agora dizer que a arbitragem de André Santos e seus pares teve uma nota bem positiva?? isso já não. bem basta o gozo que nos deram no terreno de jogo ainda nos gozam na comunicação social?! isso já não podemos deixar passar. Somos pessoas humildes, e sobretudo honestas, por isso merecemos respito. O fontelas venceu o jogo e muitissimo bem, foi a equipa mais determinada, mais inteligente e mais precisa no terreno de jogo, mas meus senhores a arbitragem condicionou e de que maneira a postura dos da "casa". (Seria da longa conferência que o delegado ao jogo teve dentro do balneário do arbitro servindo-lhe um chazinho?). pha permitir que fosse efectuado um pontapé de canto quando o nosso guarda redes estava a retirar a toalha que tinha colocado na baliza por imposição do árbitro... deixa qualquer um com uma pilha de nervos... mas é a triste sina da arbitragem da nossa associação...

3 de março de 2010 às 10:48
Anónimo disse...

Mais um reparo... No jogo da primeira volta, Fernão de Magalhães esteve a vencer a partida em fontelas por 3-2 e foram os fontelenses a conseguir o empate no ultimo lance da partida...só para lembrar os mais esquecidos.

3 de março de 2010 às 10:55
Anónimo disse...

grande fontelas!!!muito bem:)

3 de março de 2010 às 15:56