19 de abril de 2010

Fontelas 3-0 Gache
1ª Divisão Distrital – 25ª Jornada

Cara e mente lavada

A faltarem apenas 180 minutos para tudo se decidir nesta temporada, Fontelas e Gache jogavam cartadas decisivas diferentes. Os de Gache vinham lideres e podiam festejar, nesta partida, a tão almejada subida de divisão, propósito pelo qual, muitos adeptos acompanharam a equipa nesta deslocação.

O Fontelas vivia de alguns remorsos do passado: a maldição dos jogos caseiros no campo Dr. Rui Machado, com derrotas nos últimos 3 encontros; o empate da anterior jornada, ante o ultimo classificado, que deixou a equipa mais longe dos lugares de subida. Por estes factos, o estado de espírito dos atletas do Gache eram diferentes dos donos da casa, mais pressionados.

Apesar disso, a entrada em jogo dos fontelenses foi importante para demonstrar que ainda estão com cabeça na subida. Marcar cedo era o propósito e quando Toni Monteiro bateu livre “a régua e esquadro” para Hugo Ermida, solto ao 2º poste, empurrar para o fundo das redes, esse primeiro objectivo estava cumprido. O mais importante estava conseguido, marcando cedo e mostrando ao que vinham.

Os homens de Jorge Nogal apresentaram-se com um modelo de jogo já conhecido dos fontelenses e isso foi acabou por se tornar num problema porque os fontelenses cerraram fileiras impondo, circunstancialmente, uma contenção defensiva, experimentando desdobramentos rápidos para o ataque.

Os problemas criados pelo ataque do Gache, passavam muito por bolas metidas para as costas da defensiva, respondendo os fontelenses com o recuo de unidades da intermediária em auxílio, impedindo males maiores para a baliza de Mário Rui. Esse reforço defensivo, conquistava sucesso atrás de sucesso e, mesmo, sem se jogar bonito, a opção eficácia falava mais alto.

Falando de oportunidades flagrantes, o Gache dispôs de uma com Toni Monteiro a livrar já perto do risco fatal e o Fontelas também, com Ricardo Almeida, bem solicitado por Hugo Ermida, a falhar no momento da conclusão. Uma nota, ainda antes do apito de intervalo, para um caso arbitral: Toni Trindade tinha acabado de ver a cartolina amarela por uma falta cometida na sua intermediária.

Até aqui nada de mal, a não ser que no momento seguinte, já depois da falta ter sido cobrada, o mesmo atleta acabaria expulso com vermelho directo por acto obsceno à equipa de arbitragem algo que não nos é possível interpretar, visto da bancada. Fica a dúvida.

A segunda metade trouxe actualizações tácticas, recuando Hugo Ermida para defesa direito, mas mantendo um enorme espírito de entreajuda e capacidade de sofrimento, revelando uma enorme coesão colectiva para responder às iniciativas contrárias. Pouco se viu dos actuais líderes da tabela, talvez numa tarde menos conseguida, mas nesta partida seria muito difícil ultrapassar a bem estruturada muralha fontelense.

Quando, a 5 minutos do final, Cristiano viu a segunda cartolina amarela, igualando as equipas, no número de jogadores, foi como que um recuperar de mentalidades ofensivas e os fontelenses tomaram, de novo, conta do jogo. Desse modo, João Almeida, após assistência de Hugo Ermida, grande exibição, vai partir para o 1 contra 1 com um contrário, rematando colocado para o fundo das redes. Os visitantes baixaram os braços com a desvantagem alargada no marcador e, até final, apenas os fontelenses tentaram chegar à baliza contrária.

Na última iniciativa conquistaram um pontapé de canto do qual resultaria uma jogada bem estudada e eficaz com Ricardo Almeida a solicitar remate a Toni Monteiro que colocaria em Kiko para o 3º golo fontelense da partida. Os números finais revelam uma vitória “sem espinhas” dos donos da casa, alicerçada numa coesão colectiva que à muito não víamos por estas bandas, relançando o sonho e expectativas das quais não dependem só deles.

O Gache tem um jogo complicado em sua casa contra o Salto, também candidatos assumidos, para confirmarem a subida de divisão e terão que demonstrar e revelar outros argumentos para o conseguirem sob pena de se verem relegados para classificação não meritória dos objectivos assumidos.

A arbitragem não tinha vida fácil para esta partida, com ambas as equipas a pretenderem esgrimir argumentos directos. Tiveram uma actuação de altos e baixos, ainda que sem influência no resultado.

Por: NCorreia

Ficha do jogo


Jogo no Campo Dr. Rui Machado, em Fontelas

Árbitro: José Santos, de Vidago
Auxiliares: Vânia Almeida e Tatiana Almeida

FONTELAS – Mário Rui; Toni Trindade, Tiago, Norberto e Luis Monteiro; Hugo Ermida, Toni Monteiro, Ricardo Almeida e Bruno Soalheiro (Gil, 89’); Pedro (João Almeida, 82’) e Hugo Bareta (Kiko, 57’)
Treinador: Ricardo Teixeira

GACHE – Duarte; Cristiano, Quinzinho, Zé Luis e Jacinto; Carlos, Paulo (Couto, 90+1’) e Telmo (Tony, 58’); André, Lameirão e Pimenta
Treinador: Jorge Nogal

Cartões Amarelos: Toni Trindade (45’), Tiago (60’) e Luis Monteiro (63’) para o Fontelas; Cristiano (65’ e 85’), Quinzinho (72’) e Jacinto (81’) para o Gache

Cartões Vermelhos: Toni Trindade (45+1’, dir.) para o Fontelas; Cristiano (85’, acum.)

Golos: Hugo Ermida (4’), João Almeida (88’) e Kiko (90+4’)