1 de janeiro de 2010

João Correia : Piloto vila-realense entre os melhores do mundo

Já vem sendo repetitivo o sucesso alcançado por parte do piloto vila-realense, João Correia, de apenas 16 anos, tanto a nível nacional como europeu. Desta vez, o piloto de Karting conseguiu um feito por poucos almejado: classificar-se entre os dez melhores do Mundo.

A proeza foi conseguida este mês, em Sharm El Sheikh, no Egipto, onde decorreu o campeonato do mundo de Karting, reunindo mais de duas centenas de pilotos de 56 países, numa luta aguerrida que catapultou João Correia para o nono lugar da final na categoria DD2, o melhor português de sempre.

Apesar de se tratar de um campeonato mundial, João Correia, o pai e maior apoiante do jovem piloto, considera a prova extremamente justa, já que o material utilizado é o mesmo em todas as equipas. “Todos os karts são novos e idênticos, fornecidos pela marca patrocinadora do evento e sorteados à chegada. Mais justo do que isto não poderia ser. A única diferença está na afinação do veículo, que está limitado a um determinado número de alterações”, explicou.

“Todos estes factores proporcionaram uma prova mais equitativa, para que não haja diferença entre ricos e pobres. Quando há igualdade no desporto, as reais potencialidades dos atletas vêem ao de cima, e foi isso que sucedeu com o João”, disse.

Campeonato europeu na mira

Com um palmarés invejável, João Correia estreou-se no “Troféu de Inverno de Viana”, em 2004, tendo alcançado o primeiro lugar no pódio. Em 2005, sagrou-se Campeão Regional Norte e Campeão Baltar, ambos na categoria Júnior. No ano seguinte, alinhando pela equipa Kronos Motorsport, o piloto classificou-se em segundo lugar no Troféu “Rotax Minho 2006” e foi vice-campeão da Taça de Portugal no mesmo ano, vencendo três das quatro finais. A partir daí, não mais parou de vencer, compilando vários troféus de carácter nacional e presenças em provas europeias, que o levaram à repescagem para o Campeonato do Mundo da modalidade, este ano.

Para 2010 o objectivo passa por marcar presença no Campeonato Europeu da modalidade. Para tal, a equipa de João Correia precisará de mais apoios, algo que tem faltado e que coloca um entrave à evolução desta jovem promessa da “bila”.

“Em Portugal não temos melhores classificações em provas internacionais porque estamos pouco desenvolvidos nesta matéria. Há poucos apoios a nível nacional, tanto da parte das entidades oficiais como dos investidores privados, e enquanto assim for é impossível levar um piloto português à alta competição. Ou se tem um pai com grandes possibilidades, que sustente uma carreira no automobilismo, ou um piloto local simplesmente não vai a lado nenhum”, destacou João Correia.

No que toca a apoios municipais, o pai do piloto refere que nunca recebeu qualquer ajuda. “Para além de ser português, o João é vila-realense, e não existe qualquer apoio por parte do município, mesmo após vários contactos da minha parte. Porém, se se tratasse de um futebolista ou de um clube de futebol, aí o caso talvez mudasse de figura”.

Após este campeonato do mundo, o jovem automobilista adquiriu um nível de experiência que lhe pode assegurar um bom resultado numa prova europeia, contudo, se não houver um contributo externo, é possível que o kart de João Correia não saia da garagem. “Estamos a falar de uma prova onde o material faz a diferença, e quem não possuir condições suficientes dificilmente será campeão”, referiu o pai do piloto, que há muito tempo procura investidores privados.

Faltar às aulas para ser campeão

Outro inconveniente para a carreira da jovem promessa é a falta de um estatuo de atleta de alta competição no ensino secundário, para que as ausências sejam justificadas e as avaliações sejam adiadas sempre que o “campeão” se encontra em prova.

“É difícil para um piloto de 16 anos estudar e praticar desporto de alta competição simultaneamente, já que apenas existem estatutos para o ensino universitário, e é complicado estar constantemente dependente da boa vontade dos professores para o João poder fazer testes em dias diferentes. Os professores não têm culpa desta situação, mas é uma luta desigual, já que o meu filho representou o país a quase quatro mil quilómetros distância, e não faz sentido que, por essa razão, seja prejudicado”, declarou.

O pai de João Correia defende ainda que é em tenra idade que um determinado atleta mostra o seu real talento, e “se não forem criadas condições, muitos desportistas podem passar ao lado de uma grande carreira profissional”. “Qualquer desportista de renome começou muito cedo a sua caminhada para o sucesso, e enquanto não estiveram reunidas as circunstâncias para amparar este tipo de atletas, não vamos a lado nenhum.”

Apensar das dificuldades, João Correia continua a dar mostras das suas capacidades e promete causar sensação sempre que representar Portugal ou Vila Real em provas pelo mundo fora.

De ferir que no Campeonato do Mundo de Karting, para além do nono lugar do piloto vila-realense, Alexandre Mata e Ricardo Correia estiveram, de igual forma, em bom plano na categoria DD2. Mata ficou-se pela repescagem para a final depois de um acidente, enquanto que Ricardo Correia terminou em 14º.

Augusto Silva e Margarida Barbosa foram, respectivamente, 16º e 15º na final da Max, sendo que, na mesma categoria, Loures não chegou à derradeira prova. Em juniores, David Chaves e Marta Moreira foram 40º e 48º classificados, respectivamente. A jovem não passou a eliminatória, devido a alguns azares, mas Chaves conseguiu passar directamente à final, onde o japonês Sasahara Ukyo foi o vencedor.

FR (noticiasdevilareal.com)

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