1 de janeiro de 2010

Liga Vitalis: Direcção do Chaves diz que Vitória de Guimarães lhe deve 225 mil euros

O Desportivo de Chaves e o Vitória de Guimarães estão em pé de guerra. O presidente da equipa flaviense garante que o clube de Guimarães ainda não liquidou a última tranche relativa à transferência de Geromel, dinheiro que seria utilizado para saldar a dívida do Desportivo à Segurança Social. No entanto, o presidente do Vitória alega que o valor da dívida está a ser pago às Finanças, por dívidas ao fisco do clube de Chaves.

O presidente do Vitória, Emílio Macedo da Silva, negou, em declarações à imprensa, a dívida ao Des-portivo de Chaves, relativa a transferência de Geromel. O clube flaviense tinha direito a 25 por cento do valor total do encaixe financeiro do jogador, que foi de 4 milhões de euros, e, segundo o presidente do Chaves, Luís Mário Carneiro, faltava ao Vitória liquidar a última tranche, 225 mil euros.

Emílio Macedo da Silva esclarece, no entanto, que o Vitória está a pagar directamente às Finanças o valor em causa. “Como é que poderíamos ter pago ao Des-portivo de Chaves se esse valor foi cativo pelas finanças? Na realidade, o Vitória foi notificado pelas Finanças de que os valores relativos à venda do Geromel deveriam ser canalizados directamente para o fisco e é precisamente isso que estamos a fazer de forma escrupulosa”, vincou.

Recorde-se que quinta-feira da semana passada, Mário Carneiro, presidente do Chaves, reclamava os 225 mil euros para “abater a dívida à Segurança So-cial”, adiantando mesmo que já tinha colocado a Liga a par desta questão, no sentido de impedir eventuais sanções para o Desportivo de Chaves por causa da dívida.

O líder dos flavienses fez mesmo questão de esclarecer que, apesar de não querer alimentar polémicas com nenhum clube, “é necessário esclarecer algum mal entendido por parte do Vitória de Guimarães, em relação ao acordo celebrado com o Chaves”. “No processo Geromel, o V. Guimarães tinha acordado a transferência de três partes para o Chaves, a 30 de Janeiro de 2009, 15 de Fevereiro e 13 de Julho e foi esta última que ficou em falta. A primeira foi, tal como o presidente do Guimarães afirma, entregue às Finanças, a segunda veio para o clube, mas a terceira está em dívida e a confusão é fácil de explicar”, afiançou o presidente do Chaves.

Segundo Mário Carneiro, a terceira tranche, de 225 mil euros, tinha de ter sido entregue ao Chaves a 13 de Julho deste ano. A direcção do clube tinha, aliás, dado este pagamento como garantia para abater à dívida para com a Segurança So-cial. Mas, segundo Mário Carneiro, o Vitória nem enviou para o Clube nem para a Segurança Social, “tal como ficou acordado nos documentos assinados”.

“O problema, neste momento, prende-se com o facto de o Desportivo de Chaves já ter emitido uma factura para liquidação do IVA, de dinheiro que não recebeu”, vincou Mário Carneiro, acrescentando que “o património [apartamentos] que o Desportivo de Chaves tinha dado como garantia [à Segurança Social] e que deixariam de estar penhorados se a dívida tivesse sido paga, vai continuar penhorado por mais 36 meses”.


Carreira de Geromel começou nas camadas jovens do Chaves

Pedro Geromel é um jovem jogador, de 24 anos, que deu início à sua carreira como jogador profissional em Chaves. Chegou e começou por jogar nas camadas jovens do Clube, mas cedo começou a dar nas vistas e o seu valor fez com que ascendesse à equipa principal. Na época 2004/2005 foi um dos titulares e foi um dos jogadores que mais se destacou com a camisola flaviense. Esse facto fez com que despertasse o interesse dos vimaranenses. A transferência para o Vitória de Guimarães foi acordada e Geromel, de 2005 a 2008, representou (três épocas desportivas) o Guimarães, mas o Des-portivo de Chaves continuava a ter direitos desportivos sobre a formação do jogador. A saída de Pedro Geromel para o FC Koln, na Alemanha, clube onde ainda hoje continua a jogar e cumpre a sua segunda temporada desde que abandonou Portugal, fez com que os flavienses encaixassem 25 por cento do valor total da transacção, que foi de 4 milhões de euros. Foi feito um acordo para que o pagamento fosse feito em três tranches, uma das quais, segundo a direcção do Chaves, está em falta.

Por: Paulo Silva Reis

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