4 de maio de 2010

Entrevista com Henrique Peneda: “O Mondinense nunca atirou a toalha ao chão”

“Fomos uns dignos vencedores”, assim disse Henrique Peneda, director desportivo do Mondinense aos microfones da RCA, no programa “Grande Área”. O Mondinense conquistou a subida aos nacionais na semana passada, mas o dirigente lembra que o percurso do clube foi algo atribulado, atirando as culpas para o actual treinador do SC Vila Real, Carlos Felisberto, que a meio do campeonato, deixou o comando técnico do Mondinense, levando consigo sete jogadores que reforçaram o conjunto “alvi-negro”. O dirigente deixou bem explícito que não colocou entraves à saída de Felisberto, assim como os jogadores em causa, mas refere que esse duro golpe, fez com que os restantes atletas do Mondinense “tivessem o dobro da força” e apesar das fragilidades, não iriam “atirar a toalha ao chão”.

Em prova dessa força de vontade, Henrique Peneda relembra o jogo com Alijó, que se realizou após aquela turbulência originada pela saída de Carlos Felisberto. “ Nesses momentos difíceis, fomos a Alijó jogar com a equipa local, onde tínhamos doze ou treze jogadores disponíveis. Obtivemos uma vitória sofrida e a partir daí, a equipa galvanizou-se”, disse o dirigente.
Henrique Peneda afirmou que foi “difícil contratar jogadores”, referindo que algumas das soluções para o plantel eram atletas “sem ritmo competitivo”, que ironicamente, vieram a ser decisivos para a tão desejada subida de divisão.

“Carlos Felisberto não é bem-vindo em Mondim”

A mudança de Carlos Felisberto para o SC Vila Real, foi vista com alguma mágoa pelos responsáveis do Mondinense e seus associados. Henrique Peneda diz que o Felisberto “era uma pessoa bastante acarinhada em Mondim” fruto da sua filiação ao clube nestes últimos anos., mas após a sua saída para um adversário directo, esse cenário dissipou-se.

“A saída do Carlos Felisberto foi uma bomba pois ninguém estava à espera. Neste momento, posso dizer que não é uma pessoa bem-vinda em Mondim, principalmente pela forma como saiu” explicou o director desportivo, adiantando que o projecto que o ex-treinador tinha em mãos era “bom”, pois passava pela subida de divisão. “Tudo aquilo que ele pediu à direcção, ele teve”, rematou Henrique Peneda, que aproveitou para dizer que a atitude de Carlos Felisberto “caiu mal junto dos adeptos do Mondinense” e claro, do respectivo clube. “Eu já lhe disse pessoalmente, enquanto esta direcção estiver à frente do clube, ele nunca irá representar a instituição”, concluiu. Apesar de tudo, Henrique Peneda reconhece que o Felisberto é “um bom treinador” e desejou-lhe boa sorte para a próxima época.

Consumada a subida de divisão, a direcção do Mondinense está empenhada em fazer “uma equipa competitiva como sempre o fez” apesar de considerar que a terceira divisão nacional é mais “exigente”. Henrique Peneda lamentou certos comentários de que o Mondinense iria descer novamente aos distritais, e em jeito de resposta, o dirigente diz que o Mondinense vai “provar o contrário e mostrar que tem peso no futebol”.

Henrique Daniel Silva