25 de março de 2010

ACD Fernão Magalhães “em mares nunca dantes navegados”

“Se Magalhães descobriu, nós iremos conquistar”

Adoptando o nome do conhecido navegador natural de Sabrosa, Fernão Magalhães assume-se como uma associação jovem mas com grande potencial, capaz de dar saltos consideráveis, ano após ano, mas “sempre com os pés bem assentes na terra”. O lema do clube, “se Magalhães descobriu, nós iremos conquistar”, patente no seu “blog” (acdfmagalhaes.blogspot.com), assinala a vontade que a colectividade demonstra em cada jogo que disputa.

A militar, actualmente, na 1ª Divisão Distrital AFVR, ocupando orgulhosamente o nono lugar, o clube iniciou o seu percurso em Julho 2008, participando, na época de 08/09, na Liga de Futebol Amador de Vila Real, onde se sagraram campeões absolutos. Esta foi, para Carlos Teixeira, presidente da direcção e também jogador da Fernão Magalhães, “uma rampa de lançamento”, com o objectivo de preparar elementos que há muito não disputavam este género de provas, “potenciando o clube para outro patamar de competição”.

Um dado curioso é o facto de praticamente todos os jovens atletas serem residentes no concelho de Sabrosa. “A linha orientadora do nosso projecto foi precisamente aproveitar o bom que o nosso concelho tem, captando apenas jogadores da terra. Apenas dois, Filipe e Mica, não pertencem ao concelho”, referiu Octávio Fontes, ex-jogador e membro da direcção do Fernão Magalhães.

Por se assumirem como “uma direcção pequena e ainda sem grandes recursos”, os elementos são responsáveis por várias funções, acabamos por ter um papel dentro e fora de campo. Os restantes elementos da direcção, Valter Amaral, José Amaral e José Adelino, são exemplo disso mesmo.

José Amaral assegura que o nome da associação não foi seleccionado ao acaso. “O nome Fernão Magalhães foi escolhido porque estava ligado à história de Sabrosa e todo o município respira o nome do navegador, para além de ser também uma forma de nos promovermos”, explicou.

“Os objectivos estão a ser cumpridos”

Financeiramente, o balanço não é muito positivo. Apesar de não pagar quaisquer contributo aos seus atletas, o orçamento da associação é, para já, diminuto, tendo em conta que os custos, por jogo, na Associação de Futebol de Vila Real (AFVR), ronda os 350€.

Com o final do campeonato à espreita, Carlos Teixeira assegura que os objectivos estão assegurados, considerando o campeonato atribulado por que passou a Fernão Magalhães. “O balanço tem sido positivo mediante as condições de que dispomos. Partimos do zero, não tínhamos recursos financeiros e por isso não podíamos aspirar grandes resultados, o facto de andarmos com a ‘casa as costas’ também não ajudou o nosso rendimento dentro de campo”, explicou.

Desde o início da época até à data presente, o clube nunca disputou um jogo que fosse no seu reduto, ocupando campos vizinhos desde o Campo do Calvário, em Parada do Pinhão, até ao Delfim Magalhães, em Alijó. Recintos alheios que não desmotivaram a formação sabrosense.

Clubes de Sabrosa dispõem de novo sintético

A excepção confirmou-se na última jornada em que o clube alinhou dentro de portas, na recepção ao Colmeia. O renovado campo da Feira Velha possui agora um relvado sintético e a restante infra-estrutura está em fase de conclusão. Espera-se que no final da presente temporada o recinto esteja a funcionar em pleno, para então ser inaugurado.

“Estamos bastante satisfeitos com o novo relvado e esta uma forma de motivação para os atletas que agora possuem as melhores condições para a prática desportiva”, como manifestou, satisfeito, o dirigente, vincando o papel da autarquia nesse sentido. “Foram incansáveis a todos os aspectos, seja ao nível das condições de treino, como de transporte de atletas, estiveram sempre do nosso lado”.

Segundo o presidente do município de Sabrosa, José Marques, o novo relvado sintético “estará ao dispor dos clubes do concelho”, o que, naturalmente, incluiu a equipa local Sabro, que apenas possui camadas jovens. O autarca garantiu ainda que espera ver realizado um encontro amigável entre o clube de Sabrosa e o emblema chileno “Magallanes”, que já disputou a primeira divisão. “É uma situação que pode vir a acontecer já que os autarcas chilenos manifestaram essa vontade, todavia, ainda não está nada protocolado”, concluiu. A direcção do clube mostrou-se bastante interessada na possibilidade, ainda que remota, de viajar até ao Chile, um encontro que iria servir como “uma espécie de recompensa para os jogadores que não auferem qualquer tipo de salário”.

Protocolo entre Sabro e Magalhães está em vista

À semelhança de um antigo protocolo criado entre a Juventude de Sabrosa e o Sabro, que levou ao intercâmbio de atletas de formação, também o Magalhães quer ver concretizado um sonho de possuir camadas jovens no clube. Esse projecto, segundo José Adelino, membro das duas direcções em activo, pode ser uma realidade na próxima época, com a criação de uma equipa júnior com atletas dos dois clubes, uma vez que o Sabro apenas possui formação até ao escalão juvenil. “Gostaríamos de dar continuidade a essa geração de jogadores”, afirmaram.

Em termos de resultados desportivos, o Fernão Magalhães espera, num futuro próximo, subir à Divisão de Honra, tendo que conta que, este ano, os três clubes destacados no topo da tabela (Sabroso, Gache e Vilarinho), muito provavelmente terão o seu lugar garantido nesta prova.

De referir que Sabrosa, no seu historial futebolístico, sempre teve boa representatividade, exemplo disso foi o clube Juventude de Sabrosa, que entretanto acabou por se extinguir, o que levou a seis longos anos de “jejum” no que toca ao futebol sénior praticado no concelho.

FR (notíciasdevilareal.com)