9 de abril de 2010

Liga Vitalis: Desportivo de Chaves em risco de falência

Ex-presidente penhora bens e receitas do Clube

Mario Carneiro garante que presença na Taça não está em causa
O Grupo Desportivo de Chaves (GDC) tem os bens e as receitas penhoradas na sequência de uma acção de penhora interposta por um antigo presidente, Castanheira Gonçalves, a quem o Clube deve um milhão de euros. Se a actual direcção não chegar a acordo com o ex-dirigente para renegociar a dívida, o GDC corre o risco de falir.

A sobrevivência do GDC pode estar em risco. O clube tem bens e receitas penhoradas. Em causa está uma acção de penhora do ex-presidente Castanheira Gonçalves, a quem o clube deverá cerca de um milhão de euros. Ora, com os bens e receitas cativadas, o clube não poder fazer qualquer movimento de dinheiro, nomeadamente pagar aos jogadores e as despesas decorrentes das deslocações para os jogos do campeonato e até das meias-finais da Taça, que terá lugar no próximo dia 13.

No entanto, ao que conseguimos apurar, o actual presidente do clube, Mário Carneiro, já reuniu com Castanheira Gonçalves, no sentido de encontrar uma solução. Aliás, na passada segunda-feira, na Assembleia-Geral do clube, garantiu estar decidido a encontrar uma solução para o sufoco financeiro.

Além disso, Mário Caneiro disse aos sócios que caso falhe a renegociação da dívida com o antigo presidente irá procurar outras soluções para o clube. Além disso, garantiu que não estará em causa a participação na Taça de Portugal e colocou de parte a hipótese de demissão do seu executivo.

No entanto, apesar de ser este o assunto que mais preocupa os flavienses, no momento, o tema não fazia parte da ordem do dia da Assembleia-Geral de segunda-feira. O único ponto de trabalho da reunião, a mais participada de sempre, com cerca de cem associados, foi a aprovação de contas. Antes da votação, houve polémica.

Muitos associados contestaram a legalidade da Assembleia, pois, segundo os estatutos do clube, a Assembleia-Geral Ordinária, que serve para a discussão, votação e aprovação do relatório e contas da colectividade, tinha de se realizar durante o primeiro trimestre do ano. E, além disso, a sua realização tinha de ter sido comunicada aos associados, com pelo menos oito dias de antecedência, para que estes, caso assim o entendessem, se pudessem dirigir à secretaria do clube para analisar as contas. Apesar da discussão gerada, as contas acabaram por ser aprovadas sem votos contra, com 533 votos a favor e 395 abstenções.

O número de votos de cada associado depende da antiguidade. No entanto, apesar de ter as contas aprovadas, o Revisor Oficial de Contas (ROC) deixou bem patente no seu relatório que o clube corre sérios riscos de insolvência.

Por: Paulo Silva Reis