4 de fevereiro de 2010

Núcleo de Árbitros “Henrique Silva”
“Quem vai para a arbitragem não é por dinheiro”

O núcleo de árbitros “Henrique silva”, de Vila Real, representado pelo presidente Jorge Fernandes, esteve no passado sábado nos estúdios da RCA, em Vila Pouca de Aguiar, no programa “Grande área”, para discutir a situação actual dos “juízes” em actividade na AFVR.

A formação é um elemento preponderante no núcleo “Henrique Silva”, no qual o presidente Jorge Fernandes adiantou que, “num curso de quinze elementos, dez deles estão a apitar jogos, o que é um motivo de orgulho para a instituição”.

Por sua vez, Manuel Monteiro, vice-presidente do núcleo, foi bastante crítico em alguns aspectos da formação de árbitros, afirmando que a compra do equipamento, por parte dos jovens, para arbitrar, “afasta os futuras promessas da arbitragem”, e acrescentou algumas medidas para fomentar a actividade. “ A Associação de futebol de Vila Real (AFVR) só oferece o equipamento um ano depois da formação, mas o ideal seria oferecê-lo depois de cada curso”, disse Manuel Monteiro.

O núcleo de árbitros vila-realense tem 70 sócios, sobrevive com apenas 500 euros anuais provenientes da Câmara Municipal de Vila Real e mais 100 euros da parte da AFVR. Apesar de os apoios não serem os melhores, Jorge Fernandes garante que “o trabalho sólido da instituição chega para ter um saldo positivo”.

Jovens árbitros podem perder bolsas de estudo

Manuel Monteiro espera ver algumas alterações no que diz respeito á lei de bases do desporto, uma delas está relacionada com o pagamento dos prémios a jovens árbitros. “Muitos desses jovens que arbitram são estudantes do ensino superior e pelo simples facto de estarem a recibo verdes, correm o risco de perderem a bolsa de estudo”, arguiu o dirigente associativo.

Na AFVR, os árbitros auferem entre 18 a 27 euros e meio por jogo, mais incentivos, mas Jorge Fernandes e Manuel Monteiro estão cépticos quanto a esses valores por serem escassos no exercício da actividade. “ Quem vai para a arbitragem não vai por dinheiro”, confessou Jorge Fernandes, que foi ainda mais longe ao dizer que “há árbitros que não recebem desde Novembro”.

Nestes últimos anos, a arbitragem em Portugal foi destaque nos meios de comunicação social devido ao processo “Apito Dourado”. Tal situação pode ter levado à desacreditação da arbitragem mas Jorge Fernandes não acredita que no futebol de agora haja "situações dessas", mas, diz existirem “pessoas que tentam comprar árbitros” e que “deviam de ser punidas”.

O árbitro Rui Silva, que também faz parte do núcleo “Henrique Silva”, esteve envolvido no mediático processo. O “juiz” vila-realense foi castigado pela comissão disciplinar e teve que cumprir um longo período de suspensão. Manuel Monteiro considera o castigo “injusto” visto que árbitro apenas “fez uma omissão no seu relatório”. O vice-presidente lamenta a decisão da comissão disciplinar e diz que “se não acontecesse isso, hoje, Rui Silva seria um árbitro internacional e alguém que podia dar um “maior contributo à arbitragem”. “Neste momento, o que posso dizer é que ele está triste e injustiçado”.

Um dos temas debatidos na entrevista foi o castigo de 60 dias de suspensão ao árbitro assistente Telmo Gonçalves, pelos incidentes verificados no final do jogo do distrital de juniores que opôs Vila Real e Régua. Manuel Monteiro conta que Telmo Monteiro “teve uma atitude irreflectida”, mas não aceita o facto de outros dos envolvidos estarem ilibados.

Ainda sobre este caso, Jorge Fernandes está relutante quanto ao castigo aplicado a Telmo Gonçalves. “Não consigo perceber qual o artigo que o conselho de disciplina se baseou para castigar o Telmo”, disse o presidente do núcleo, mostrando-se insatisfeito pelo facto de dois elementos de um clube serem ilibados de agressões a árbitros e de vandalizarem as suas viaturas.

Henrique Daniel Silva

1 comentários:

jose amaral disse...

boa tarde, até entendo o que disse o arbitro jorge fernandes, que os arbitros ao entrarem para arbitragem nao seja pelo dinheiro mas sim pelo gosto. mas ja que se faz alguma coisa por gosto que seja feita em condiçoes pois alguns arbitros nao sabem o que é um apito ou seja nao sabem o que fazem no campo. no domingo passado num jogo de futebol o respetivo arbitro nao sabia a quem dar um cartao amarelo após assinalar um penalti, nesse jogo viu-se tambem que quem dava ordem para o arbitro mostrar cartoes era o fiscal de linha, ou seja, ha mesmo arbitros com pouquissima qualidade.

4 de fevereiro de 2010 às 16:28